Compositor: Não Disponível
E volta de novo o outono
Que me aperta entre os seus braços
Como uma mãe a pedir perdão
Pelos estragos feitos a minha adolescência
E de novo o outono devora-me
Com as suas cores
Com o vento e com o ar a aparar
Tão próxima aos meus humores de então
E eu ouço canções que me machucam
E porventura gosto delas por isso
Suprimo assim a banalidade e a estupidez
Sigo somente o meu sentido do lindo
Fico num vórtice de vida, tédio e tempo
Que corre e eu não o posso parar
Enquanto busco sarar das minhas inseguranças
E dos medos
E de novo debruça-se o outono
A arregaçar cobertores e pensamentos
As roupas que trocamos no armário
E dias sempre mais curtos
E eu sigo escrevendo canções que me machucam
E porventura gosto delas por isso
E suprimo assim a banalidade e a mediocridade
Sigo apenas o meu sentido do lindo
Fico num vórtice de vida, tédio e tempo
Que corre e não o posso parar
Enquanto procuro sarar das minhas inseguranças
E dos medos
E de novo volta o outono